Para
que um indivíduo alcance o sucesso em sua vida, é necessário que ele esteja
motivado para isso, muitas vezes já se inicia uma atividade, repleto de
pensamentos disfuncionais. Com isso, seu grau de energia para realizar qualquer
tarefa fica abaixo do esperado. Por isso a terapia cognitivo-comportamental se
torna fundamental nesse processo, como ficou registrado no capítulo anterior.
Como
Lowe (2010, p.23) aponta: “motivação é um dos maiores segredos para o sucesso
em todas as áreas de nossa vida”. E todos podem ser motivados, basta saber como
fazê-lo adequadamente. Para isto, existem seis motivadores que estão divididos
em três fatores que são:
- Desejos;
- Necessidades;
- Agraciações.
Esses três fatores é o que a
autora chama de DNA motivacional. Quando compreendemos a nossa forma ideal de
motivação, fica mais fácil alcançar o objetivo. Lembrando que cada indivíduo
tem uma maneira própria de se motivar, e que não existe a melhor ou pior, mas
sim a ideal para cada pessoa e que podem variar de acordo com o contexto de
vida. O primeiro fator está relacionado aos seus desejos, ou seja, é o que o
faz partir para a ação e está ligada a sua energia interior. Nesse fator,
existem dois motivadores especificamente, que são:
- Conexão: pessoas conectoras ficam mais motivadas quando se relacionam com outras pessoas, valorizam a interação e a inclusão e trabalham melhor em grupo.
- Produção: pessoas produtoras também interagem bem com o grupo, mas o que as motiva mesmo são as conquistas e o resultado obtido de seu trabalho. Costumam ser persistentes e trabalham bem sob pressão.
O segundo fator, que são as
necessidades, tem relação com o que o indivíduo precisa para sentir-se
satisfeito em sua vida. Os dois motivadores desse fator são:
- Estabilidade: pessoas com esse perfil motivacional preferem a rotina e seguem bem regras. São organizadas e metódicas em suas ações. Gostam de pensar bem antes de agir.
- Variedade: pessoas variadoras são motivadas pela variedade, gostam de sair da rotina e são espontâneas, podendo em alguns momentos agir impulsivamente. Além disso, adaptam-se rapidamente a novos ambientes.
O terceiro e último fator,
está ligado as agraciações, ou seja, como o indivíduo gosta de ser recompensado
pela conclusão e pelo bom desempenho de suas conquistas. Os dois motivadores
desse fator são:
- Interioridade: pessoas com esse perfil motivam-se quando percebem que seu trabalho trará alguma diferença na vida do outro. Valorizam o retorno financeiro, mas não é o principal em sua vida. Preferem o retorno psicológico e espiritual.
- Exterioridade: gostam de ser recompensados por seu trabalho e também do reconhecimento público e dos privilégios que recebem. Valorizam as oportunidades de crescimento e muitas vezes são vistos erroneamente como egoístas e gananciosos.
Quando o indivíduo se mantém
em equilíbrio em seus três fatores dominantes, significa que alcançou o ponto
ideal. Além disso, é possível também fazer uma combinação dos fatores
aumentando assim, a capacidade do indivíduo de se relacionar melhor e
solucionar problemas. Isso ocorre a partir do momento em que o interesse está
em motivar o outro. Para isso, é necessário perceber qual o perfil motivacional
e assim, falar a mesma linguagem (LOWE, 2010).
Além de compreender o perfil
motivacional, é importante perceber a motivação também como um fator externo, a
partir do momento em que o meio influencia nesse processo. Muitas vezes, não
temos um ambiente propício para que uma reeducação alimentar tenha inicio ou
ainda, não temos pessoas ao redor que apoiem nessa mudança. Dessa forma, fica
evidente que o estado externo influencia o estado interno. Diante disso, no que
se refere à motivação interna, é importante ter conhecimento que esse estado
motivacional pode acarretar desequilíbrio em alguns momentos. Segundo Prochaska
e Diclemente (1982, apud MILLER e ROLLNICK, 2001) quando as pessoas buscam
modificações em suas vidas, elas passam por uma série de estágios até alcançar
a mudança. Na figura abaixo, é possível observar como funciona esse processo
através do que eles chamam de “roda da mudança”.
Ao todo são seis estágios,
sendo o primeiro não representado na roda, que é a pré-ponderação. Nesse
estágio, a pessoa não observa necessidade de mudança, pode até escutar de
outras pessoas que está acima do peso, mas se coloca na defensiva dizendo que
gosta do corpo do jeito que está que sempre foi assim, e por aí vai.
O segundo estágio é o de
ponderação, nesse estágio, a pessoa começa a perceber a necessidade de mudança,
mas fica “balançada”, ora querendo emagrecer, ora não. Percebe a necessidade de
mudar, mas ao mesmo tempo justifica; funciona como se a pessoa constantemente
fizesse uma lista contendo os pontos positivos e negativos em relação ao
emagrecimento.
No terceiro estágio, ocorre
a determinação. Nesse estágio, a pessoa reconhece que precisa fazer algo a
respeito do seu peso, mas se algo não for feito rapidamente, ou seja, se ela
não partir para o próximo estágio, que é a ação, a pessoa pode retornar para o
estágio anterior.
Quando a pessoa chega ao
estágio da ação, ela busca maneiras de alcançar sua meta. Esse é o momento em
que a pessoa procura profissionais que a auxiliem no processo – psicólogo,
nutricionista, endocrinologista, educador físico, etc. O grande lance é
compreender que chegar nesse estágio não é garantia de sucesso, pois durante o
processo podem ocorrer recaídas. Por isso, o trabalho com profissionais da
psicologia é tão importante; com o acompanhamento de um profissional
capacitado, é possível adquirir habilidades essenciais que serão necessárias no
estágio seguinte, o estágio de manutenção. Chegando a esse estágio, o sucesso é
garantido! (MILLER, ROLLNICK, 2001)
Mas se ocorrer a recaída,
não é motivo de desespero, basta começar todo o processo novamente e aprender
sempre. Como o próprio nome diz, a roda da mudança é um processo no qual
acabamos passando várias vezes, afinal, o efeito sanfona está aí para
comprovar.
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