quarta-feira, 3 de julho de 2013

Motivação


O objetivo deste texto é  abordar um tema de fundamental importância para qualquer processo de mudança, que é a motivação e como ela pode ser conquistada através do conhecimento de seus fatores predominantes. 
Para que um indivíduo alcance o sucesso em sua vida, é necessário que ele esteja motivado para isso, muitas vezes já se inicia uma atividade, repleto de pensamentos disfuncionais. Com isso, seu grau de energia para realizar qualquer tarefa fica abaixo do esperado. Por isso a terapia cognitivo-comportamental se torna fundamental nesse processo, como ficou registrado no capítulo anterior.
Como Lowe (2010, p.23) aponta: “motivação é um dos maiores segredos para o sucesso em todas as áreas de nossa vida”. E todos podem ser motivados, basta saber como fazê-lo adequadamente. Para isto, existem seis motivadores que estão divididos em três fatores que são:

  •   Desejos;
  • Necessidades;
  •  Agraciações.
Esses três fatores é o que a autora chama de DNA motivacional. Quando compreendemos a nossa forma ideal de motivação, fica mais fácil alcançar o objetivo. Lembrando que cada indivíduo tem uma maneira própria de se motivar, e que não existe a melhor ou pior, mas sim a ideal para cada pessoa e que podem variar de acordo com o contexto de vida. O primeiro fator está relacionado aos seus desejos, ou seja, é o que o faz partir para a ação e está ligada a sua energia interior. Nesse fator, existem dois motivadores especificamente, que são:

  • Conexão: pessoas conectoras ficam mais motivadas quando se relacionam com outras pessoas, valorizam a interação e a inclusão e trabalham melhor em grupo.
  •  Produção: pessoas produtoras também interagem bem com o grupo, mas o que as motiva mesmo são as conquistas e o resultado obtido de seu trabalho. Costumam ser persistentes e trabalham bem sob pressão.
O segundo fator, que são as necessidades, tem relação com o que o indivíduo precisa para sentir-se satisfeito em sua vida. Os dois motivadores desse fator são:

  • Estabilidade: pessoas com esse perfil motivacional preferem a rotina e seguem bem regras. São organizadas e metódicas em suas ações. Gostam de pensar bem antes de agir.
  • Variedade: pessoas variadoras são motivadas pela variedade, gostam de sair da rotina e são espontâneas, podendo em alguns momentos agir impulsivamente. Além disso, adaptam-se rapidamente a novos ambientes.
O terceiro e último fator, está ligado as agraciações, ou seja, como o indivíduo gosta de ser recompensado pela conclusão e pelo bom desempenho de suas conquistas. Os dois motivadores desse fator são:

  • Interioridade: pessoas com esse perfil motivam-se quando percebem que seu trabalho trará alguma diferença na vida do outro. Valorizam o retorno financeiro, mas não é o principal em sua vida. Preferem o retorno psicológico e espiritual.
  • Exterioridade: gostam de ser recompensados por seu trabalho e também do reconhecimento público e dos privilégios que recebem. Valorizam as oportunidades de crescimento e muitas vezes são vistos erroneamente como egoístas e gananciosos.
Quando o indivíduo se mantém em equilíbrio em seus três fatores dominantes, significa que alcançou o ponto ideal. Além disso, é possível também fazer uma combinação dos fatores aumentando assim, a capacidade do indivíduo de se relacionar melhor e solucionar problemas. Isso ocorre a partir do momento em que o interesse está em motivar o outro. Para isso, é necessário perceber qual o perfil motivacional e assim, falar a mesma linguagem (LOWE, 2010).
Além de compreender o perfil motivacional, é importante perceber a motivação também como um fator externo, a partir do momento em que o meio influencia nesse processo. Muitas vezes, não temos um ambiente propício para que uma reeducação alimentar tenha inicio ou ainda, não temos pessoas ao redor que apoiem nessa mudança. Dessa forma, fica evidente que o estado externo influencia o estado interno. Diante disso, no que se refere à motivação interna, é importante ter conhecimento que esse estado motivacional pode acarretar desequilíbrio em alguns momentos. Segundo Prochaska e Diclemente (1982, apud MILLER e ROLLNICK, 2001) quando as pessoas buscam modificações em suas vidas, elas passam por uma série de estágios até alcançar a mudança. Na figura abaixo, é possível observar como funciona esse processo através do que eles chamam de “roda da mudança”.


Ao todo são seis estágios, sendo o primeiro não representado na roda, que é a pré-ponderação. Nesse estágio, a pessoa não observa necessidade de mudança, pode até escutar de outras pessoas que está acima do peso, mas se coloca na defensiva dizendo que gosta do corpo do jeito que está que sempre foi assim, e por aí vai.
O segundo estágio é o de ponderação, nesse estágio, a pessoa começa a perceber a necessidade de mudança, mas fica “balançada”, ora querendo emagrecer, ora não. Percebe a necessidade de mudar, mas ao mesmo tempo justifica; funciona como se a pessoa constantemente fizesse uma lista contendo os pontos positivos e negativos em relação ao emagrecimento.
No terceiro estágio, ocorre a determinação. Nesse estágio, a pessoa reconhece que precisa fazer algo a respeito do seu peso, mas se algo não for feito rapidamente, ou seja, se ela não partir para o próximo estágio, que é a ação, a pessoa pode retornar para o estágio anterior.
Quando a pessoa chega ao estágio da ação, ela busca maneiras de alcançar sua meta. Esse é o momento em que a pessoa procura profissionais que a auxiliem no processo – psicólogo, nutricionista, endocrinologista, educador físico, etc. O grande lance é compreender que chegar nesse estágio não é garantia de sucesso, pois durante o processo podem ocorrer recaídas. Por isso, o trabalho com profissionais da psicologia é tão importante; com o acompanhamento de um profissional capacitado, é possível adquirir habilidades essenciais que serão necessárias no estágio seguinte, o estágio de manutenção. Chegando a esse estágio, o sucesso é garantido! (MILLER, ROLLNICK, 2001)
Mas se ocorrer a recaída, não é motivo de desespero, basta começar todo o processo novamente e aprender sempre. Como o próprio nome diz, a roda da mudança é um processo no qual acabamos passando várias vezes, afinal, o efeito sanfona está aí para comprovar.

Porém, além de saber motivar-se e motivar o outro, é necessário saber como se comunicar adequadamente, e para isso, é importante falar sobre assertividade...Aguardem! ;)

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