No livro O mal estar na civilização, Freud explicou quee transtornos psíquicos são com freqüência resultado de reações emocionais fora de controle; sentimentos sem freio são rápidos na produção de efeitos devastadores. Freud introduziu o conceito de recalque, onde sentimentos muito dolorosos ou incompatíveis com o ideal que temos de nós mesmos são exilados sem maior demora no inconsciente. Mas a energia própria das nossas emoções precisa de escape, se não acaba se manifestando sob forma de perturbações neuróticas ou mesmo físicas.
Ao sentirmos uma emoção intensa, percebemos várias mudanças corporais; incluindo aceleração da respiração e da freqüência cardíaca, secura na boca e garganta, por exemplo; a maioria das mudanças fisiológicas ocorre durante a ativação do setor simpático do SNA quando este se prepara, para situações de emergência; quando a emoção volta ao normal o parassimpático volta ao controle e restitui o estado normal.
Robert Plutchik propôs a existência de oito emoções básicas: medo, surpresa, tristeza, repulsa, raiva, antecipação, alegria e aceitação. Seus ingredientes não são apenas fisiológicos e de comportamento expressivo, mas também conscientes, pois servem como proteção de perigo. Entre elas, citaremos três para servirem de exemplo:
MEDO – é uma emoção adaptativa e em alguns casos pode ser traumática;
RAIVA – pode ser despertada por eventos frustrantes ou que sejam interpretados como intencionais. A depressão também pode alimentar a raiva e embora seja descarregada, causando calma momentânea, não reduz a raiva em longo prazo, ou seja, expressar a raiva traz na realidade mais raiva;
FELICIDADE – quando nos sentimos felizes, nossa percepção do mundo melhora e ficamos mais suscetíveis a ajudar o próximo. Algumas expressões faciais parecem ter significado universal, independente da cultura onde ele é criado; foi visto que um grupo que nunca teve contato com culturas ocidentais conseguiram identificar as emoções representadas por elas. Assim, podemos ver da seguinte maneira: emoções primárias são aquelas compartilhadas pelas pessoas do mundo inteiro e emoções secundárias são aquelas encontradas em uma ou mais culturas, mas não em todas.
As emoções podem ser expressas também de maneira não verbal, através de gestos e expressões faciais. Os gestos podem variar de cultura para cultura; por exemplo: na Grécia a palma da mão aberta é um insulto desde os tempos antigos; na África Ocidental, é um insulto à honra da mãe, já o polegar para cima, na Austrália é um sinal obsceno; no Japão significa o número um.
Embora as culturas partilhem uma linguagem facial universal para as emoções básicas, diferem no como e quanto expressam emoção; confundimos o sorriso como um reflexo emocional, mas na verdade trata-se de um fenômeno social, pois costumamos sorrir somente na presença de outras pessoas e não para um objeto inanimado.
Através de pesquisas realizadas, foi observado que esconder a irritação ou o sofrimento pode levar ao pessimismo e à depressão; geralmente pode chegar a uma taxa de mortalidade até cinco vezes maior, ou seja, dar vazão aos sentimentos não é apenas humano, mas também de importância vital. Mas não vamos pensar que é para sairmos por aí descarregando nossos sentimentos, pois nada em excesso é de natureza positiva. Uma outra maneira de estar saudável com nossas emoções é aprender a ver as coisas sob um ângulo diferente; tem pessoas que tem o hábito de ver de forma negativa todos os eventos que ocorrem na vida, o que é totalmente errôneo.
O controle das emoções de maneira bem sucedida pode ser aprendida de várias maneiras, é o caso dos monges tibetanos. De acordo com a cultura, esse controle pode ser mal visto, como no caso do ocidente que vê de maneira dissimulada; já no oriente, o estado de espírito equilibrado é sinal de saúde física e mental. Resumindo, através da capacidade de controlar as emoções, podemos modificar impulsos negativos, e assim vivermos de maneira mais harmoniosa.
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