sexta-feira, 3 de junho de 2011

Por que eu me casei?

Poderia ser um convite à reflexão, mas é apenas o nome de um filme que assisti há algum tempo atrás e que recentemente assisti novamente, só que dessa vez, acompanhada de outros colegas da área psi no curso que faço de formação em Casal e Família na abordagem gestáltica.

O filme está intitulado como comédia com toques de romance, mas se pensarmos nas cenas que acontecem durante o filme, acredito que esteja mais parecido com um drama, e quem sabe ainda encontraria algumas pessoas que diriam se tratar de um verdadeiro filme de horror. Brincadeiras a parte, não pretendo abordar através desse texto o conteúdo do filme, até por que indico que todos assistam, pois não aborda somente a temática do casamento, mas também ao que se refere às relações afetivo-sexuais de uma maneira geral.

Após assistido o filme, surgiu a seguinte pergunta no grupo: “Quais os ingredientes para que um casamento de certo?”, podemos pensar também em: quais são as expectativas de cada um acerca do casamento? Perguntas essas aparentemente simples, mas que sugerem respostas muito amplas e com significados diferentes para cada um de nós. Ao estar com o outro, gostamos de acreditar que ele pensa exatamente como pensamos ou ainda, sabemos exatamente que o outro pensa diferente de nós e que por um acontecimento mágico ele mudará sua forma de pensar. Felizmente ou infelizmente, as coisas não acontecem dessa forma; vivemos numa sociedade na qual temos a mania de perceber todas as coisas como sendo “certo ou errado”. E o que é Certo ou Errado? Será que todos tem a mesma percepção?

Mesmo em um grupo de profissionais, as respostas foram variadas e o mais interessante, é que todas as respostas estão corretas. Não existe uma única forma ou uma fórmula para se estar junto. Cada casal encontra a sua “boa forma”. Para o grupo, os ingredientes foram: boa relação a dois, parceria, confiança, estar lado a lado, compreensão, diálogo, investimento (objetivos em comum), comprometimento, desejo, afeto, sexo, química, etc. E tenho certeza que você que está lendo este texto ainda poderá encontrar alguns outros ingredientes que não estejam nesta listagem.

Tais respostas me trouxeram a seguinte indagação: Será que os casais percebem da mesma forma a palavra “Casamento”? ou mesmo “Relacionamento”? Infelizmente as dificuldades que percebo mais comuns são: a falta de diálogo, a dificuldade em escutar o que o outro tem a dizer, os segredos que ocorrem na relação e a competição entre o casal. É importante que haja sintonia entre ambos, pois manter a guerra leva ao desgaste emocional e consequentemente ao término da relação.

O segredo, se é que existe um, está em manter um relacionamento pautado no respeito, mas o que é respeito? Afinal estamos falando de algo subjetivo e com múltiplos significados. Quando digo respeito, penso em atenção e que não seja só pelo outro, mas também, como diria Foucault, no cuidado de si. Não adianta abrir mão de coisas que para si são importantes e depois responsabilizar o outro. É preciso se responsabilizar por suas escolhas e por suas decisões. Que tal prestar mais atenção aos seus sentimentos?

Um comentário:

  1. Achei que tinha encontrado a metade da minha laranja, mas no final, só sobrou a casca! E amarga!!!!

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