domingo, 15 de maio de 2011

Relacionamentos

Tive o prazer de assistir a peça Doidas e Santas no teatro Vanucci, no shopping da Gávea. A peça conta a história da Beatriz, uma psicanalista, filha de D. Elda, irmã de Berenice, mãe de Marina que é adolescente e por fim, esposa de Orlando. O casamento deles já dura mais de 20 anos e acabou caindo na rotina, fazendo com que ela pedisse o divórcio. Não tenho a intensão de falar sobre a peça em si, mas sobre as reflexões que tive ao assistir a peça. Em todo caso, fica uma boa dica para o final de semana!

Como Beatriz, muitas pessoas também exercem diversos papéis na vida real, mas geralmente é o público feminino que em sua maioria acaba caindo na rotina diária e esquece o que realmente é importante para as suas vidas. Muitas vezes as mulheres vivem os sonhos de outras pessoas, esquecendo-se de seus próprios sonhos. Dessa forma a vida vai ficando cada vez mais sem graça e cansativa. Na maioria das vezes, responsabilizam outras pessoas por sua frustração. Mas o que as impede de viver plenamente a vida que desejam? E que vida desejam realmente viver? Pode parecer bobo, mas para muitas pessoas essa é uma pergunta extremamente difícil de responder.

Se você está neste momento se perguntando a mesma coisa, leve em consideração os seus valores; pense no que realmente é importante e essencial para você. Pense no que você não abre mão. Valorize o que você gosta, seja ler um livro, assistir um filme, conversar com amigos, fazer ginástica, etc. Encontre algo que goste de fazer, que lhe dê prazer e se permita desfrutar desse momento. Investir no autoconhecimento é fundamental.

Algumas pessoas permitem que o outro dite o que é certo ou errado para as suas vidas e ainda pensam no que o outro dirá, dificultando assim, qualquer forma de contato saudável. Isso não significa que tudo é permitido, mas que é necessário ter consciência e acima de tudo, responsabilidade. Aproveito para citar uma frase do Pequeno Príncipe, “Somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos”.

E pensando assim, chegamos à formação do casal, no qual cada um dos envolvidos entra na relação trazendo sua bagagem pessoal, leva para o relacionamento sua herança familiar, com perdas e ganhos adquiridos ao longo dos anos. Cada um chega com suas expectativas em relação ao outro, inicialmente parecem perfeitos, príncipes e princesas, mas o tempo vai passando e se não houver cuidado com a relação, acaba caindo na rotina. De príncipes e princesas, só restam os sapos. E quem quer casar com sapos?

Dessa forma é fundamental que ambos busquem trabalhar seu autoconhecimento, de forma a entrarem na relação da maneira mais sadia possível, não esperando do outro mais do que ele pode dar. E finalizando, eu deixo uma pergunta:

- Vocês querem a metade de uma laranja ou uma laranja inteira? A escolha é de vocês!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Aprendi...

Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.

Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.

Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos. Que posso usar meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.

Eu aprendi... Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida. Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.

Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.

Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles. Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.

Aprendi que perdoar exige muita prática. Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.

Aprendi... Que nos momentos mais difíceis a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.

Aprendi que posso ficar furioso, tenho direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel. Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.

Eu aprendi... que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, que eu tenho que me acostumar com isso. Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.

Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.

Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto.

Aprendi que numa briga eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver. Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.

Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida.

Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.

Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.

Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério. E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.

Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.

Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.


* Alguns sites dizem que o texto é de autoria de Charles Chaplin e outros dizem que é de W. Shakespeare

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Quando não posso ouvir...

Desagrada-me não poder ouvir a outrem, não o compreender, se é apenas uma deficiência de compreensão, uma falta de atenção ao que me está sendo dito, ou certa dificuldade de entender as palavras,, então não me sinto mais que um ligeiro descontentamento comigo mesmo.

Mas o que realmente desgosto comigo é não poder escutar outra pessoa porque já estou, de antemão, tão certo do que ela vai me dizer que não lhe dou ouvido, só posteriormente verifico não ter prestado atenção senão ao que já decidira que ela ia me dizer. Na verdade, deixei de ouvir, pior que isso, são as vezes em que não posso escutar uma pessoa porque o que está sendo dito constitui uma ameaça para mim, com risco até de mudar minhas opiniões ou o meu comportamento. Ou, pior ainda, quando me descubro a tentar distorcer sua imagem, a fim de fazê-la dizer o que eu quero que diga, só escutando isso.

Coisa um tanto sutil, e é surpreendente a habilidade que tenho quando faço isso. Exatamente por deformar um pouco suas palavras, por distorcer, um mínimo o que ela pretende significar, posso tornar evidente que não só ela diz o que eu queria ouvir, mas se mostra a pessoa que eu quero que ela seja, e só quando verifico, através do seu protesto ou do meu gradual reconhecimento de que estou a manipulá-la, sutilmente, que fico desgostoso de mim próprio. Sei também por haver estado do outro lado, o quanto é decepcionante ser tido por aquilo que não é, ser ouvido como se estivesse a dizer o que não se disse ou não se pretendeu significar. Preciso me desvincular do meu juízo de valor para, ter liberdade para aprender.

FONTE: Carl Rogers – Liberdade para aprender

terça-feira, 3 de maio de 2011

Você se garante? Ou alguém garante você?

Atualmente é muito comum encontrarmos pessoas de todas as idades no semáforo, desde crianças à adultos, portadores de necessidade ou não, todos com suas bolinhas, laranjas e limões, buscando fazer malabarismos para ganhar um trocado. A desigualdade social é nítida em nosso país e esse tipo de prática tem ficado cada vez mais comum em nossa cidade, afinal vivemos em uma cultura assistencialista. E por mais que eu seja contra essa prática, percebo que a maioria dos motoristas colabora com esse tipo de situação, cada um com seu motivo pessoal; mas será que estamos realmente ajudando?

Refletindo sobre essa cena, percebo que o mesmo ocorre em outras situações e por conta dessa mania de querermos ajudar o próximo não permitindo que ele crie asas e voe. Sem querer, acabamos despotencializando o sujeito, aprisionando-os dentro de uma gaiola, passando mensagens dissonantes de nosso desejo de ajudar. Algumas pessoas inclusive podem achar um absurdo o que estou escrevendo, mas lembro de um exemplo de um estudante do Ceará que caminhava quilômetros até chegar à faculdade, e que, com muita dificuldade conseguiu concluir o curso de Medicina. Lembrando que este é um curso que a maioria acredita ser possível apenas para a classe média/alta. Sabem como ele conseguiu? Todos que lhe importavam acreditaram nele, e o mais importante, ele mesmo acreditou em si!

Essa mania de querer ajudar ocorre em vários tipos de relação, seja na relação familiar, amorosa e até na profissional. É muito comum casos de mães que precisam manter uma relação de dependência com seus filhos; só que eles crescem e essa relação continua como se essas crianças não pudessem se frustrar. Esses meninos chegam à idade adulta sem saber como lidar com a vida; precisam sempre de alguém que faça o que eles não aprenderam a fazer. Cortar esse cordão umbilical imaginário não é algo fácil; entre outras coisas, é preciso muita força de vontade e principalmente que se imponha limites a esse tipo de relação.

Essas mães dizem amar muito aos seus filhos, e compreendo que esse seja o único tipo de amor possível para elas, mas vale colocar que geralmente essa forma de amar visa aplacar um vazio contido em suas vidas. Com isso, dificultam o desenvolvimento do outro, seja através da dependência emocional e/ou financeira. No exemplo anterior, citei um caso familiar. Já numa relação amorosa e profissional não difere muito disso, apenas os locais e as pessoas mudam. É preciso que haja uma maior reflexão acerca de como nos relacionamos com o outro e consigo mesmo.

Sem a intenção de concluir, digo que é preciso acreditar no potencial criativo das pessoas e, é esse mesmo potencial criativo que nos leva a mudar. Vamos substituir as mensagens negativas de incapacidade por mensagens positivas de confiança e credibilidade, afinal relações saudáveis nos levam ao crescimento.

domingo, 1 de maio de 2011

À espera de uma nova vida – como você está se preparando?

De pouco tempo para cá o tema gravidez tem feito parte do meu mundo e antes que você pense que a grávida sou eu, já vou avisando que minha fonte de inspiração é uma amiga minha muito querida. Ela dizia que engravidar não fazia parte dos planos dela; será? Afinal, nada acontece por acaso. E para quem já passou por essa experiência, deve lembrar ou não, pois é o tipo de situação que a mulher que já passou por isso prefere esquecer. Estou falando dos enjoos matinais.

Apesar de estar associado à gravidez, é necessário esclarecer que nem todas as mulheres passam por essa experiência, isso não significa ser algo ruim ou que haja a possibilidade de alguma intercorrência durante a gestação, afinal acredita-se que o enjoo é provocado pela produção de hormônios que são liberados em maior quantidade no primeiro trimestre da gravidez. Independente de ter ou não enjôo, é necessário que a futura mamãe faça um acompanhamento pré-natal com um médico de confiança, de modo que este momento seja o mais tranquilo possível, tanto no quesito saúde, quanto nas dúvidas que podem ser sanadas ao longo dos nove meses, possibilitando assim, uma diminuição no nível de ansiedade dos futuros papais.

A gravidez provoca na mulher uma mudança tanto fisiológica quanto emocional. No que se refere à fisiologia, ocorre a produção de hormônios que preparam o corpo feminino para acolher o bebê. E sabe aquela mania que algumas mulheres tem de querer comer certos alimentos durante a madrugada? O causador desse comportamento é um dos hormônios em questão, a gonadotrofina. Já no campo emocional, é comum que as mudanças sofridas pela mulher resultem numa carência afetiva.

Vale lembrar que tanto o stress quanto o cansaço facilitam o surgimento de enjôos e enjoa-se de certos alimentos, de cheiros e pasmem, de pessoas! Refleti sobre esse último elemento e percebo que cada vez, fica mais nítida para mim a importância em se perceber corpo e mente como uma unidade que precisam estar em harmonia, o conflito entre eles, faz com que o corpo nos mostre que algo não vai bem e de acordo com Cairo (1999), o enjôo ocorre devido à insegurança, raiva ou rancor e ao medo. Será que isso faz algum sentido para esse tipo de enjôo? Quero deixar claro que não sou a favor de generalizações, por isso não levem isso ao pé da letra, mas apenas como uma possibilidade.

O emocional está vinculado ao fisiológico, sendo assim, é importante que a gestante cuide também dos aspectos emocionais, participando de terapia individual ou de um grupo terapêutico com outras gestantes, visando um maior bem estar. Torno a repetir que o pré-natal é essencial e também que a compreensão e acolhimento por parte do parceiro e da família são fundamentais. A gravidez é um momento especial e único! Parabéns!!!

DICA: Aproveite esse momento para criar um diário de bordo e anote nele todas as vivências e sentimentos em relação ao processo que está vivendo. Não é necessário mostrá-lo a ninguém, ele é seu.