sexta-feira, 23 de abril de 2010

Livro "Uma mente inquieta"

Está semana lembrei de um livro que li a algum tempo atrás, o nome dele é “Uma mente inquieta” da autora Kay R. Jaminson. Este livro relata a vida de uma paciente com o transtorno Bipolar, antigamente conhecido como psicose maníaco depressiva; na verdade, deixou de ter esse nome por não apresentar sintomas psicóticos. Para quem não conhece, esse transtorno apresenta mudanças nos estados maníacos e depressivos. Na maioria das vezes, é diagnosticado erroneamente, pois o quadro de depressão é o que mais chama a atenção. Para quem tem interesse no tema, indico esse livro, pois a autora consegue transmitir um pouco de seu universo e sua forma de lidar com a doença. Mostra sua luta para viver e os dramas relacionados à doença. É claro que a vontade de viver se mostra mais forte dentro dela e com isso é capaz de continuar estudando, trabalhando, enfim, levando a vida como qualquer outra pessoa.
Esse transtorno é de ordem hereditária, no caso da autora, o pai dela apresentava certos episódios de mania. O que ocorre são pólos totalmente opostos, onde de um lado o indivíduo tem crises de mania, onde se sente onipotente, é a estrela da festa, nesses casos, como ocorreu com a autora, algumas pessoas estranharam seu comportamento e outras não, nem chegam a perceber algo errado; nesse pólo pode ocorrer compulsão, onde o dinheiro vai embora, pois a pessoa compra coisas das quais não precisa e/ou pode chegar a pular etapas no simples fato de querer realizar algo.
Já o outro pólo é mais prejudicial (não que o primeiro não seja... é!), pois a pessoa entra num estado de tristeza, melancolia, chegando a uma depressão, nesses casos chegam a ocorrer pensamentos ou atos suicidas.
Dois momentos que me chamaram a atenção no livro foi quando ela contou que estava dando aula de reforço para um aluno cego, ela se questionava de como devia ser difícil estudar naquele estado chegando a comentar com o aluno, quando ele teve a idéia de marcar a próxima aula na biblioteca para deficientes visuais ou algo assim. Com isso, é importante refletir como a dificuldade de qualquer transtorno não está em quem o tem, mas sim em nós que convivemos com o outro e muitas vezes temos a mania horrível de julgar achando que a pessoa não é capaz. O outro momento foi quando ela estava para fazer uma palestra e uma pessoa ficou indignada por ela ter usado o termo loucura no título, e comecei a partir daí pensar o que é a loucura? Realmente esse termo é usado na maioria das vezes de forma pejorativa; uma forma de denegrir o outro; com isso vi a necessidade de mudanças a esse respeito, acredito numa necessidade de esclarecer o que é a doença mental, pois mesmo depois de anos ela continua sendo algo que muitos preferem não pensar ou preferem ignorar que exista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário