segunda-feira, 26 de abril de 2010

Fábula da convivência

Há milhões de anos, durante uma era glacial, quando parte do nosso planeta esteve coberto por grandes camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio e morreram, indefesos, por não se adaptarem às condições. Foi então que uma grande quantidade de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver começaram a se unir e juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam uns aos outros, aqueciam-se mutuamente, enfrentando por mais tempo aquele frio rigoroso. Porém - vida ingrata - os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital. Questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito... Mas essa não foi a melhor solução. Afastados, separados, logo começaram morrer de frio, congelados. Os que não morreram voltaram a se aproximar pouco a pouco, com jeito, com cuidado, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem magoar, sem causar danos e dores uns nos outros. Assim, suportaram-se, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.
  • É fácil trocar palavras. Difícil é interpretar o silêncio;
  • É fácil caminhar lado a lado. Difícil é saber como se encontrar;
  • É fácil beijar o rosto. Difícil é chegar ao coração;
  • É fácil apertar as mãos. Difícil é reter o calor;
  • É fácil conviver com pessoas; Difícil é formar uma equipe.

(Autor desconhecido)

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