quarta-feira, 2 de junho de 2010

Síndrome de burnout - Segunda Parte

Na postagem anterior, busquei levantar uma reflexão sobre os atravessamentos ocorridos em toda a sociedade, na qual as mudanças ocorrem de forma extremamente rápida e na maioria das vezes não nos encontramos preparados para lidar com elas. Tudo isso acaba refletindo principalmente na educação, pois os professores acabam sendo cobrados por tarefas que não cabem à eles e outros fatores também influenciam em seu trabalho causando um desgaste físico e emocional de grandes proporções. Se trata de um estresse crônico, percebido pelos colegas de trabalho e familiares; na maioria das vezes o profissional infelizmente só procura auxilio quando se encontra num estágio avançado da síndrome. Desânimo e desmotivação com o trabalho geralmente são os primeiros sinais, mais tarde aparecendo sintomas físicos além dos psicológicos.


O burnout tem características parecidas com o estresse e a depressão e apresenta quatro estágios de evolução. Geralmente inicia com a desmotivação e desânimo no trabalho, avançando para dificuldades nas relações, lapsos de memórias, despersonalização e por fim, chegando ao uso de drogas ilícias e pensamentos suicídas. O dignóstico é feito por um psicólogo ou médico e leva em consideração três dimenções da doença: o esgotamento emocional, despersonalização e o envolvimento pessoal no trabalho.


Esse quadro apresenta sintomas físicos, psicológicos e comportamentais e é fundamental que haja nas escolas um trabalho de prevenção para esses profissionais.




"A saúde nao é a ausência de doença ou de enfermidade, mas um bem-estar físico, mental e social" (Organização Mundial de Saúde)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Burnout - uma síndrome de todos!

O termo Burnout faz referência a um tipo de estresse que consome física e emocionalmente profissionais da área da saúde e educação, geralmente apresentando um comportamento agressivo e irritadiço tanto no trabalho quanto em outras áreas da vida. Com algo desse nível acontecendo, é necessário fazer uma reflexão sobre os atravessamentos sofridos nas escolas, famílias e sociedade, buscando compreender as causas do estresse acometido no trabalho docente e como este profissional percebe sua prática; e também pensar no que cada um pode fazer para resgatar a energia desses profissionais, ou pelo menos tentar compreender as mudanças ocorridas até então.
E por falar em mudanças, elas têm se processado em todo o mundo, e sabendo que a integração do indivíduo não é um fato isolado, mas que depende de seu desenvolvimento pessoal é importante não só entender o significado deste fenômeno, mas também contextualizar o significado da escola e da educação nos dias atuais, entendendo esse profissional como agente transformador da sociedade.
O papel do professor é trabalhar como mediador, colaborando para que o processo de ensino aprendizagem ocorra. Mas, é evidente, que em uma escola não é apenas o educador que ensina; o aluno conquista pouco a pouco, verdadeiras aprendizagens intuitivas com os diversos elementos que compõem a equipe escolar, ou seja, a aprendizagem vai sendo construída pelo sujeito. Integrada, dinâmica e estruturada em rede interdisciplinar que permite ao aluno a oportunidade de conhecer e transformar, organizada por áreas de conhecimento e competências.
Fernández (2001, p.38) acredita que os setores de poder consideram e definem cada vez mais o trabalho docente como doméstico, sem considerar o seu valor produtivo, o que o torna invisível. Com isso, entende-se que ser professor seja uma tarefa difícil, que merece respeito e consideração por sua nobre missão, de colaborar na transmissão de conhecimentos aos alunos. Infelizmente, ocorreu uma deterioração das condições da formação e da prática profissional do professorado no Brasil, hoje tão desvalorizado no próprio universo acadêmico, na mídia e na sociedade em geral.
Lembremos que estamos falando de educadores das escolas públicas e particulares do Rio de Janeiro, de um país de dimensões continentais, globalizado, onde o saber atual se conquista nas bancas, nas entrevistas de programas de rádio e televisão ou no acesso a Internet, ou seja, houve uma facilitação no acesso ao conhecimento. Com isso, vem junto uma pressão exercida pelas novas tecnologias necessitando de adaptações rápidas por parte desses profissionais. Isso favorece a tensão, a insatisfação e a ansiedade, o que pode esgotar o educador, onde na maioria das vezes encontra-se uma resistência a mudanças.
Outro ponto a ser compreendido é que o trabalho ocupa a maior parte do tempo das pessoas e a atividade de educar exige do professor o estabelecimento de um vínculo afetivo e emocional com o objeto de seu trabalho: o aluno. Essa exigência afetiva e emocional no trabalho docente pode gerar tensão e a partir do momento em que o educador tenha dificuldades em estabelecer esse vinculo, é esta tensão, que quando mal canalizada, gera sofrimento. (Codo)
Não há como negar que o stress é um problema dos tempos modernos, mas existe uma ideologia dominante que passa a todo o momento, que o envolvimento do individuo depende do tamanho de seu investimento pessoal, e por isso, vivemos no corre-corre, nossos horários desrespeitados, perdemos horas de sono, alimentamo-nos mal e não reservamos tempo para o lazer. O resultado poder ser a fadiga crônica ou o stress.
É importante ressaltar que o grau de desgaste do corpo depende do efeito direto do agente estressante sobre o indivíduo, das respostas internas que estimulam a defesa do organismo e das respostas internas que causam a inibição das defesas podendo levar a síndrome de burnout, um tipo especial de stress ocupacional que se caracteriza por profundo sentimento de frustração e exaustão em relação ao trabalho.
Entende-se estresse não como uma doença, mas sim como uma reação fisiológica gerada por estressores, ou seja, experiências geradoras de estresse; que são variáveis de pessoa para pessoa. Sendo importante ressaltar que um acontecimento pode ser desencadeante para uma pessoa e para outra não.
Por isso, tenho dois pedidos a fazer...
O primeiro é para que cuidemos com mais carinho dos nossos professores! Afinal, para que mudanças ocorram, precisamos da colaboração deles. Pensem nisso!

E o segundo é direcionado aos próprios Mestres...
Cuidem-se com carinho!!! Vocês são importante e fazem a diferença nas vidas de muitos jovens e adultos.

Aproveito para agradecer a todos os professores que contribuiram para a minha formação durante todos esses anos
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